Guardiões
Não há como fugir ao que a Lei nos determina
Pois antes mesmo de nossa concepção
O Criador já nos traçou uma reta sina
E nos deu à Luz com uma missão.
Mas a nossa consciência, humana e imperfeita,
Adormece em nossa memória imortal
Lembranças e experiências da vida espiritual
Guiando-nos por onde a ignorância espreita.
Nascemos da Luz e na Luz para evoluir
Como ínfima parte do Supremo Ser
No entanto, humanizando-nos, começamos a ruir
Ao cedermos às tentações do Ter e do Poder.
Caímos, pois, das Trevas em domínios sombrios
Padecendo em vales de dor e sofrimento profundos
Atormentados e atormentando nos dois mundos
Queimando e congelando em terríveis calafrios.
Subjugamo-nos a seres poderosos e infernais
E perdemos a nossa consciência divina
Passando a escravos e senhores de seres trevosos e carnais
Alegrando a Escuridão que à Luz abomina.
No entanto, por mais baixo que desçamos no Umbral
De nós e dos outros a Lei sempre nos guarda
E a direção, à revelia da Luz, desviada
Reapruma-se aos poucos até extirparmos o Mal.
Para tanto, há guardiões nas Trevas e na Luz
Que zelam e executam o que já estava escrito
Cumprindo a Justiça sem o capuz
Da hipocrisia e resgatando o que havia prescrito.
Cícero – 14-09-2016