Os filhos de Deus

Filho, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso erguer-te desta tua angústia.

Mas Pai, minha pele é negra como a noite

E disseram-me que não mereço teu perdão.

Filho, vem filho amado, pois as almas não têm cor,

A cor da pele não é crime nem castigo,

O que fazem contigo é de fato o grande pecado.

Filho, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso trazer-te para a Luz da qual fugiste.

Não mereço, Pai, o teu doce amparo,

Cultuei os Orixás, cultuei outra religião.

Esquece, Filho, e vem! Amaste-me, pois neles eu estou

Eu só criei a religião do Amor e foste vítima inocente

Das palavras Minhas que o Homem deturpou!

Filho, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso livrar-te da miséria em que estás.

Pai, perdoa-me! Nada possuo de meu

Para em teu reino entrar, exceto meu coração.

Então, Filho meu, já tens a chave da liberdade

Pois meu reino não é para poucos eleitos, ricos na matéria

E de espíritos paupérrimos de nobre humildade.

Filho, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso aliviar-te a tua crise de consciência.

Disseram-me, Pai, ser eu indigno de que me ouças,

Perdoa-me, pois amei indo contra a natureza de Tua criação.

Filho, a única natureza do Amor é amar

Fecha os ouvidos às injuriosas inverdades que ouviste

E aceita-te sem medo, pois assim mesmo eu te fiz.

Filha, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso curar-te as feridas da carne e da alma.

Não sei, Pai, se digna sou de tua complacência

Meu corpo está sujo do dinheiro em troca do prazer da tentação.

Não te preocupes tanto, filha, pois tudo tem uma razão de ser

Podias, claro, ter outro rumo em tua vida tomado

Porém, te arrependes de coração e isso já me honra.

Filho, enxuga as tuas lágrimas e dá-me a tua mão!

Eu posso tirar-te deste abismo em que por conta própria caíste.

Não posso, Pai, sujar-Te com o sangue que me mancha

Traí as leis dos homens e as Tuas em nome da ambição.

Filho, teu arrependimento sincero Me basta

Porque mostra que estás pronto para purgar teus erros

Perdoa-te e depois perdoa aos hipócritas que te julgaram.

Cícero – 21 e 23-10-2016

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 23/10/2016
Código do texto: T5801084
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.