Poesia Sutil.

Eu penso ser muito bom

O fato de a flor não saber

Pois, se a flor dedicasse atenção

À tamanha admiração

daquele que a fita

Pode ser que aconteceria

de a flor então desejar

Querer ficar mais bonita

A estranha rareza a que se busca

Alçada no ver da vaidade

é beleza irreconhecível

Pois o olhar da cobiça a ofusca

Conduzindo almas perdidas

Nos caminhos da ilusão

Felicidade ... rara; querida!

Pobre plágio de alegria

A transforma num fácil jogo

E vem a falsa impressão

de estar dando as cartas

Farta-se em vê-las perdidas

Difícil esse jogo da vida

Perceba a felicidade

em andrajos vestida

Fingindo desenxabida

Morando na casa ao lado

Simplicidade é ter um valor

Invisível aos olhos de ver

Que nem ao menos pára para iludir

Infinita ... reluzente

Milhões de vezes mais cara

Real essência da vida

Modesta, invisível

Contrasta ao que não se basta

Do desejo em possuir

Àquilo que a alma enleva

Palavra jamais aludida

Uma entrave obsessiva

Insistente em mentir pra verdade

Suave arremedo, perdida

Enquanto a beleza mais bonita

É o fato de a flor

Ser bela sem o saber

A beleza mais bela da vida

É aquela que a gente não vê.

Edson Ricardo Paiva.