Manar

Arrematou-me a penumbra

Expurgos vertiam dos meus olhos

E regava a terra que me carcumia o corpo

Na brasa do fogo transmutador

Senti a dor do arder

Minguei feito fumaça densa dispersa pelo vento de Oyá

Diminuta tornei-me

Me escorria dos lábios o amargo dissabor

Feito cobra peçonhenta liberando seu veneno

Exauri-me

Esvai-me

Catarseei-me pela terceira vez

E reconstitui-me no colo d'Oxum

De tua água, matei a sede do amor com que me preenches

Adocei o que outrora adoeci

E na pureza de erê

Eu libertada sorri

Náthalie Nunes
Enviado por Náthalie Nunes em 24/08/2018
Código do texto: T6428840
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.