NO CAULE DA ARVORE

NO CAULE DA ÁRVORE

O que me contenta,

é ficar debaixo

da árvore frondosa

no frescor

da tarde, quando

o meu corpo cochila,

e a minha alma,

fora dele, em perispírito,

fica por ali,

bem abstraída,

em companhia

de almas amigas

desencarnadas.

Sei que a minha

alma ainda

não desencarnou,

porque vejo a tira

luminosa do cordão

fluídico ligando-a

ao meu corpo físico

que dorme recostado

no caule da árvore,

suspirando

num suave ressono.

Exceto

as singularidades

das dimensões

distintas, a vida

é a mesma para

a alma, então,

não há porque temer

ou descrer

da vida espírita

que virá a qualquer

momento,

cumprindo-se a lei

divina de fazer a alma

mudar de casa,

sem a sua mudança

essencial: a razão

que lhe é eterna.

Enquanto a morte

não cessa a vida

do corpo que aloja

a minha alma,

nem por isso deixo

de a ensaiar a qualquer

instante de um breve

cochilo ou de um sono

profundo da vida

física que pode está

deitada sobre a cama,

ou recostada no caule

de uma árvore,

como agora, em que

a minha alma se diverte

do outro lado da vida

com almas amigas,

(já desencarnadas),

em meio

a brisa fresca da tarde.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 17/11/2018
Código do texto: T6504754
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