EM CERTA RUA

EM CERTA RUA

Em certa rua

que passo durante

o dia,

em minha vida

de alma encarnada,

talvez não tenha

coragem

de passar por ela

de noite,

a não ser em sonhos,

quando

me desdobro

em espírito

desencarnado.

No entanto,

quando passo

por ela de dia,

mesmo em meio

a presença

da multidão

sinto tambem

um certo temor,

da gente que anda

ao meu lado,

porque desconfio

de sua intenção,

e me assusto

com qualquer gesto

de mão ou braço

de outrem,

que me toca sem

querer,

imaginando o pior

que virá

(oxalá não seja),

fruto da ação da alma

irmã inferior

que ainda se apraz

com o mal.

Em minha projeção

astral, já passei

por essa rua várias

vezes; embora

não tenha sentido

medo, nela me deparei

com uma multidão

de gente que parecia

infeliz; não vi luz

no perispírito

de nenhuma delas

que caminhavam

ao meu lado sem

me verem, com

os olhares pavorosos.

Talvez por esse

detalhe que vejo

de noite, andando

por essa rua no meio

da multidão

desencarnada,

exalando baixas

energias e vibrações

é que me assusto

com um certo temor,

quando ando por ela

de dia; mas descobri

que uma de minhas

abnegadas tarefas

nessa vida carnal,

é sair de meu corpo

físico de noite, e andar

por essa e outras ruas

onde perambulam almas

irmãs infelizes,

levando pra elas um

pouco de paz, de luz,

de conforto espiritual

para as suas essencias

envoltas nas trevas

que se acham, a fim

de que se arrependam

e despertem

para a vida renovada,

doando-se a reforma

íntima, ao alcance

da própria regeneração

moral, pela força

da luz divina

que já resplandece

como o sol, enchendo

de luz edificante,

as suas almas eternas.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 19/11/2018
Reeditado em 31/10/2020
Código do texto: T6506263
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