INCOMODA-ME A MORTE, IGNORO, GIRO A CABEÇA, MUDO O OLHAR (reedição)

Olhinhos pequeninos e frágeis como o seu corpo,

Roupas sujas do abandono nas calçadas,

Misturas de tudo, sem cor, amorfo,

Noites mal dormidas e mal amadas.

Difícil é passar e tudo isso ver,

E seguir adiante, sem se importar,

Suspiro, mas no fundo do meu ser,

"IGNORO, GIRO A CABEÇA E MUDO O OLHAR."

Penso, quanta má sorte!

"INCOMODA-ME" aquela mensagem,

Livro-me dela desejando-lhe "A MORTE",

Tenho medo de integrar-me àquela paisagem.

Fecho o meu nariz.

Odor nauseabundo que vem de dentro,

Faz-me cambalear,

Silencio, algo me diz,

Que o meu lixo interno,

Está a se manifestar.

EMERSON DANDA

Enviado por EMERSON DANDA em 21/07/2005

Reeditado em 05/02/2020

Código do texto: T36568