Gerado Nas Entranhas da Terra

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.

(JO 7.38)

Dirigir-se a uma fonte de água em pensamento

excita a memória ao momento da concepção, da origem, do começo.

Gerado nas entranhas do mundo o rio nasce criança.

Concebido, salta para a vida.

Deslizando sobre a terra constrói seu próprio leito até sucumbir no encontro das grandes águas.

Seus primeiros passos é um turbilhão purificador.

Extirpando da casca da terra todo impudor estéril.

Porém, paulatino, escorregando suavemente

sobre a infecundidade de seu berço, acrisola sua sujidade, polindo-o.

Sua sinuosidade não implica facilidade

do trajeto, antes, ilustra que sempre há uma saída para os obstáculos do percurso.

A magnitude da sua força é proporcional a abundância da origem.

As quedas que se interpõem ao seu destino não inibem sua marcha, pois, após a bulha

que estas promovem, segue incólume para o encontro marcado pela natureza.

Rios que nascem e morrem no ciclo das águas.

Entretanto, não subiu ao coração, os olhos não contemplaram e a mentenão consegue criar imagens da fonte de águas eternas.

Águas que saciam a alma seca e fortifica ossos quebrantados.

Regando o espírito como a um jardim verdejante, fazendo-o um manancial.

Águas constantes. Águas eternas. Águas que limpam as entranhas do ser, avalanchando os entulhos do erro; senhor do homem sem Deus.

Lavando as manchas negras do engano, embranquecendo-os, inundando os abismos da alma

com as torrentes do amor divino.

Águas de salvação que alegra a vida.

Águas impetuosas, que de rastos levam os obstáculos, abrindo e fechando portas, erguendo e derrubando reinos, honrando e desonrando homens.

Águas que nos conduz para o alvo, que da origem da vida, salta para a eternidade.

Fonte de vida infinda. Assim como um rio no Éden regava

o jardim de Deus, como há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o Santuário das moradas do Altíssimo, como corre um rio do coração daqueles que bebem da água da vida, verei o rio, claro como o cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro.

Vinde às águas! Não com ouro e nem com prata. Vinde! Para as águas de descanso.

Estás no deserto da aflição? Vives a sequidão da rejeição?

Ouça a voz como de muitas águas:

“ Se alguém tem sede, venha a mim e beba... do seu interior fluirão rios de água viva”.

Queres saber o seu nome?

Seu nome é Jesus: Fonte de todas águas para todos os rios.