†† VEREDAS VERMELHAS ††

Nossa terra se afogou em fúria,

Não dando margem à bondade;

A prole dos reis virou a escória,

Acabando com toda a caridade.

A cólera toma o lugar do amor,

Multiplicando-se com a língua;

A alegria se transforma em dor,

E o povo de Deus fina à míngua.

São vistas inúmeras contendas,

Sendo a maior parte desonesta;

São estas que geram tormentas,

Cujas, qualquer sujeito detesta.

Peleja-se contra a própria raça,

Que é uma peleja errada e fútil;

E a alma despenca na desgraça,

Quando a vida é avaliada inútil.

Será isso mesmo que ansiamos?

É a destruição o que queremos?

De onde viemos e aonde vamos?

E para o Paraíso que corremos?

Não é esta a verdadeira guerra,

Pois causa só dissensão conosco;

O demônio aclama-nos da serra,

Dizendo: A morte seja convosco.

A garganta é um jazigo aberto;

Intui-se só destruição e miséria;

Todo coração é aflito e soberbo;

E o homem se fez mera matéria.

O que se enxerga é só contenda;

Todos desconheceram paz e luz;

Não existe nenhum que entenda,

E vá à procura do Senhor Jesus.

Sangue se difunde sempre mais;

Receio que se tornou coisa séria...

Lírio Noturno
Enviado por Lírio Noturno em 03/07/2006
Reeditado em 30/07/2006
Código do texto: T186788