†† A QUEDA DE LÚCIFER ††
Em épocas remotas no Paraíso,
Tu foste um sinete de perfeição,
Que em Deus fazia vir o sorriso,
Com a adoração do teu coração.
Querubim da guarda do Monte,
Você foi ungido por nosso Deus;
Mas de você hoje Ele se esconde,
Pois te tomara do meio dos Seus.
Tinhas suma beleza e sabedoria,
Porém tudo isso você jogou fora;
E agora Ele te lança na cova fria,
Ordenando-te que parta embora.
Tu foste atingido por iniqüidade,
E com ela se deliciou em tu’alma,
Sendo hoje outra a tua realidade;
Deus lho demitiu de filho da alva.
No sepulcro deita-se tua soberba,
E o teu leito é coberto de vermes;
Uma vasta ferida em ti foi aberta,
E esta sujidade agora tu preferes.
Os gusanos são a tua companhia,
E jamais tornarás a viver em luz;
Eterna e incurável é a tua sangria,
Pois não obterás perdão em Jesus.
Muda é a canção da vossa harpa,
E ela já não adquirirá restituição;
Em ti já não subsiste mais a sarça,
Porque marchaste à tua assolação.
Éreis o chefe da adoração divina,
Aquele que dirigia todos os coros;
Hoje és o parto da tua carnificina,
E o mau cheiro sai por teus poros.
Você foi a linda estrela da manhã,
Mas agora é somente um cadáver,
Pois desceste na terrena entranha,
E de perene agonia viraste mártir.
Vosso pecado te separou de Deus,
Decaíste e jamais voltarás a subir,
Sem retroceder a ser um dos Seus;
Da entranha da terra não irás sair.
Você desejou exaltar o teu trono,
E quis subir ao céu do SENHOR;
Disso nunca recebereis um abono,
Pois mais que tudo quis ser maior.
Éreis um esplêndido anjo de luz,
Hoje és apenas estrela sem brilho;
Não resistes ao poder de Sua cruz,
E de Deus não serás mais um filho.
Foste arremessado até os mortos,
E agora na casa deles você habita;
Tu e a tua legião, resto de abortos;
Sua fortuna já foi há muito escrita.
A um final hediondo você chegou,
Um dia toda a terra te abominará;
O homem que na cruz te derrotou,
Algum dia novamente lho vencerá.