†† DAS TREVAS À LUZ ††

O alvorecer noturno me cedeu calor,

Acalentado no poder de uma oração,

Pela qual bani de mim qualquer dor,

E no Senhor Jesus alcancei o perdão.

Ele pagou a minha fiança lá na cruz;

Deu-me a salvação, por mim chorou;

Ele conduziu-me à Sua grandiosa luz,

E de me amar o Cristo jamais deixou.

Hoje sou um cordeiro entre os lobos,

Uma vela acesa a alumiar uma noite;

Lá fora apetecem me ver aos tombos,

Armando-se para me pregar o açoite.

O Diabo apronta sua vil e torpe tocaia,

Mas nela meu espírito não despencará;

Mesmo que Satã permaneça de atalaia,

Nem hoje e nem amanhã me derrotará.

Ao meu Rei Jesus alço meus louvores;

Ele me escuta e replica a minha prece;

Ele exilou-me desta pátria de horrores,

E agora o corpo do meu pecado perece.

Os meus ferretes ainda me machucam,

Porém isso me deixa apenas mais forte;

No meu rosto formosas lágrimas rolam;

E por Jesus rendi-me à primeira morte.

Nada que é do mundo ainda me aflige,

Pois é rival de Deus o amigo do mundo;

Quando erro meu Rei Jesus me corrige,

Tornando-me mais forte ao moribundo.

Como chuva o amor desaba sobre mim;

Alegria terá sempre a minha habitação;

Sobre mim despenca bonança e Efraim;

E no melhor se deleitará o meu coração.

Lírio Noturno
Enviado por Lírio Noturno em 09/07/2006
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