†† DAS TREVAS À LUZ ††
O alvorecer noturno me cedeu calor,
Acalentado no poder de uma oração,
Pela qual bani de mim qualquer dor,
E no Senhor Jesus alcancei o perdão.
Ele pagou a minha fiança lá na cruz;
Deu-me a salvação, por mim chorou;
Ele conduziu-me à Sua grandiosa luz,
E de me amar o Cristo jamais deixou.
Hoje sou um cordeiro entre os lobos,
Uma vela acesa a alumiar uma noite;
Lá fora apetecem me ver aos tombos,
Armando-se para me pregar o açoite.
O Diabo apronta sua vil e torpe tocaia,
Mas nela meu espírito não despencará;
Mesmo que Satã permaneça de atalaia,
Nem hoje e nem amanhã me derrotará.
Ao meu Rei Jesus alço meus louvores;
Ele me escuta e replica a minha prece;
Ele exilou-me desta pátria de horrores,
E agora o corpo do meu pecado perece.
Os meus ferretes ainda me machucam,
Porém isso me deixa apenas mais forte;
No meu rosto formosas lágrimas rolam;
E por Jesus rendi-me à primeira morte.
Nada que é do mundo ainda me aflige,
Pois é rival de Deus o amigo do mundo;
Quando erro meu Rei Jesus me corrige,
Tornando-me mais forte ao moribundo.
Como chuva o amor desaba sobre mim;
Alegria terá sempre a minha habitação;
Sobre mim despenca bonança e Efraim;
E no melhor se deleitará o meu coração.