- O tempo, a perfeição e eu

Eu me sinto usado
Pelo ousado tempo
Ei! Tempo! Tempo!
Livra-me do passado!

Ah, ele me usou.
Nem sequer ouviu ...
Antes, de mim, riu.
Lutei, mas ele pousou ...

Fez-me o seu doce
e eterno colchão;
Escondeu-me a visão,
Dormiu e foi-se!

Antes, percebi que
Me abusou, roncou,
Soltou bafo, levantou
E partiu ... O quê! ?

Quando penso estar
Livre de sua estadia
Ouço o seu estatelar
De áspera Ventania

Ele picou todinho este
Colchão para fazer
Travesseiro ... Sete!
Foram sete a jazer.

Jazido e azedo pelo
tempo, percebo:
Essa repartição
É para perfeição?

Deitar-se-á em mim,
O tempo, tantas vezes?
É isso? Sem o fim ?
Tonar-se-ão fezes!

Porém, haveria paz
Se eu lesse a Bíblia,
Cresse em sua eficaz
Visão cristocêntrica .