O BOSQUE DA AMIZADE
O pato Bob vivia a brincar sozinho
Os seus pais não gostavam dos seus vizinhos
Achavam eles muito barulhentos
Tanta festa, tantos galhos a balançar no bosque
Tantos ruídos deixavam o seu pai
Um pato velho, aborrecido.
Um dia o pato Bob olhou para o bosque
E perguntou: mãe, o que tem lá?
A pata Margor, lhe respondeu...
Não sei filho, eu nunca fui lá
Mas ouvi dizer que quem vai
Não costuma voltar.
O pato Bob insistiu...
Isso é bom ou ruim?
Margor, meio aborrecida
Respondeu, é péssimo!
O pato Bob retrucou
Como sabe, se nunca foi lá?
Menino bobo!
Gritou o velho Babú, o seu pai.
A sua mãe já falou, é péssimo e pronto!
Que coisa!
Concluiu Babú, bastante indignado.
O pato Bob inconformado
Num belo dia de distração dos seus pais desatinados
Pensou, não aguento!
Quero saber o que tem lá
Por que tanta gente canta e espanta
A todos desse lado de cá.
Como uma criança desavisada
Saiu em disparada o pato Bob a saltitar
Meio desajeitado entrou no bosque a desbravar
De repente um silêncio...
Depois galhos a estalar
Trec daqui
Trec de lá
E olhos estarrecidos entre os galhos a observar
A muito ninguém vinha...
Sussurrou o sabiá
Mas uma coisa ele o sabia, o sabiá
Ao conhecer tanta alegria
Aquele patinho seria
Mais um, a não mais voltar.
Depois do sabiá veio o grilo
Depois o coelho
E tantos outros, incontáveis
Ao novato fujão recepcionar.
E depois de tantos anos
Reclamando o velho Babú e Margor
Resolveram ao seu filho acompanhar.
Canta daqui, canta de lá
Canta o grilo, canta o sabiá.