Arado de boi

Fico pensando quantas coisas,

Quantas aventuras o meu peito viveu

Esses meus olhos, quase já sem brilho

Olham pro nada e começo a recordar

O portão velho com seu rangido indolente

É melodia que invade o pensamento

Feito o sino da escola

Chamando a gente pra dentro

Então feito boi de carro

Que segue o candeeiro

Vou seguindo a saudade

Até o tempo da minha infância

A nossa casa era assim pequena

Mas abrigava com ternura meus sonhos de criança

O arado de boi jogado lá no quintal

Apodrecendo no tempo, sem serventia

Um monte de ferro velho

Que um dia mãe vendeu

Arado que foi meu carro

Diligência defendida a tiro de espoleta

Brinquedo dos meninos

Poleiro da galizé

Embaixo do pé de manga

Meu castelo, no sol do meio-dia

Túlio Reis
Enviado por Túlio Reis em 20/01/2006
Código do texto: T101402
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