Temeroso Prezar

Poderia eu desvelar um segredo,

Se este desatino que me denota passional,

Não trouxesse a morte lutuosa do elo

E não caísse sobre mim pedras e crucifixos.

Então ao fogoso entardecer,

Sinto o afagar do nobre cavalheiro,

Mas ao despertar do crepúsculo

Reconheço em claro seu malévolo rancor

Pelo prezar que por aquele verte,

Na vigília da noite,

Passo a velar minuciosa

O desejo retorno do doce maio.