Solidão!

Uma certa noite,

Há muito tempo atrás

Resumi minha vida

Nestas palavras

Hoje renovo o pacto

E reabilito meu compromisso

Com a busca do etéreo...

Solidão...

Em brumas de um vento antigo

Mascarei meus sonhos

Buscando a alegria dos deuses

Silenciei minha alma

No fosco de um ontono frio

Vi meus últimos raios sorrindo

Para s folhas secas à deriva...

Com um soluço agora hirto na garganta...

Deixo clorofilar meu corpo

Meu oxigênio embebeda todo o ar

Num ritual puro de vida...

Minha mente vaga numa música

Única...

Unissone, entoada por milhões de anjos.

Que falam ao silêncio que já não existo...

Minhas lágrimas secaram

E não mais servem de seiva para as plantas...

Abscôndito e frio

Meu sexo morre de desejo

Na vontade de explodir de alegria...

Alegria, que já os deuses não tem

E eu nunca tive

Pois me chamo...

Solidão!

28/06/88

Vejo-me, hoje, reafirmando meu dito nome...

Observadora
Enviado por Observadora em 24/08/2009
Reeditado em 24/08/2009
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