À SEUS PÉS
Nau sem rumo
boiando à deriva,
achei que pudesses navegar
na branca espuma do mar.
Sonhos infindáveis
de perenes verdades,
fontes breves
de ditos e não ditos.
Aquela que me deu amores
brilhos, calmas e conflitos,
já trocou suas índoles
pela ignota liberdade.
Entre amante e amado
dediquei-me a fundo
pra conter as barras do mundo.
Mas, qual! Fiquei domado
pelas rédeas, a sangrar.
Entre pedidos de perdões
a vida é o que hoje é:
- Um pagão em confissões
pedindo a luz do seu olhar.
Ah! Pudesse então voltar,
corrigir e refazer.
Estar de novo no convés,
mar à fora navegar,
pra depois me ajoelhar à seus pés.