À SEUS PÉS

Nau sem rumo

boiando à deriva,

achei que pudesses navegar

na branca espuma do mar.

Sonhos infindáveis

de perenes verdades,

fontes breves

de ditos e não ditos.

Aquela que me deu amores

brilhos, calmas e conflitos,

já trocou suas índoles

pela ignota liberdade.

Entre amante e amado

dediquei-me a fundo

pra conter as barras do mundo.

Mas, qual! Fiquei domado

pelas rédeas, a sangrar.

Entre pedidos de perdões

a vida é o que hoje é:

- Um pagão em confissões

pedindo a luz do seu olhar.

Ah! Pudesse então voltar,

corrigir e refazer.

Estar de novo no convés,

mar à fora navegar,

pra depois me ajoelhar à seus pés.

Júlio Sampietro
Enviado por Júlio Sampietro em 18/07/2006
Código do texto: T196952