PENUMBRA
PENUMBRA
Penetram pelas frestas das cortinas,
sombras da tarde calma e sonolenta,
afagando devaneios nas retinas.
Chegam às conchas de minhas mãos unidas,
outorgando-lhes carícias não buscadas,
cobrindo os gestos com palavras distraídas.
São carícias que desatam pensamentos,
que provocam deleites, desalentos,
verdadeiros, abstratos ou sonhados.
A dor é certa, presente, irrevogável,
conseqüência ou não desta penumbra,
lugar de encontro e desejos sufocados.