PENUMBRA

PENUMBRA

Penetram pelas frestas das cortinas,

sombras da tarde calma e sonolenta,

afagando devaneios nas retinas.

Chegam às conchas de minhas mãos unidas,

outorgando-lhes carícias não buscadas,

cobrindo os gestos com palavras distraídas.

São carícias que desatam pensamentos,

que provocam deleites, desalentos,

verdadeiros, abstratos ou sonhados.

A dor é certa, presente, irrevogável,

conseqüência ou não desta penumbra,

lugar de encontro e desejos sufocados.

Ceres Marylise
Enviado por Ceres Marylise em 31/10/2006
Código do texto: T278091