Saudades...

Sinto tua falta...

Fato!... Do teu riso controlado

Do teu estado sempre alerta

Tão diferente de mim...

Nos olhos, temos tons iguais...

A paixão nos faz parentes

Mas as semelhanças param por ai.

Meu olhar delicia-se com você

O teu me devora sem nada ver...

O teu olhar, inquisidor, desconfiado...

O meu, curioso, apaixonado.

O teu sagaz, intransponível.

O meu carinhoso e disponível...

Sinto falta de teus beijos...

Ardentes e tão distantes

Fascinantes... Arrogantes no dominar-me a boca

Escrava me faz, leve, tua e louca.

Os meus, teus beijos...

Urgentes, pacientes, exigentes... Pertinentes

Sinto falta de teu corpo...

Ao encaixar no meu corpo,

E fazer o meu te querer

De matar fome, saciar sede...

O meu querer me consome...

Tua voz envolveu-me a razão

Esqueço então de mim... Para só lembrar-me de nós.

Aquecendo-me a alma com teu silêncio de lobo

Teu abraço cobrindo minha nudez

O frio da solidão não me atingia...

Sentia-me segura na tua presença

Mas você não compreendeu meu pranto

Não suportou minha emoção volátil...

Meus conflitos e conceitos...

Minhas sensações e sentimentos

Foi demais para você

Eu não me explicar em palavras

Sou poeta, isto a mim basta...

Palavras não se explicam não se aplicam...

Elas só são reais, quando existem no mundo do olhar...

Mas você me olha e não me vê...

Minha palavras soltas,

São como tempestades

Podem até ser previsíveis

Mais não podem ser controladas...

Não pelos menos na proporção do teu entender...

Limitada... Mas sinto tua falta!

Minha única certeza neste instante.

Meu pensamento é teu...

Meu corpo te clama o afago...

Sem explicações, sem culpas... Só desejo latente

Distante de ti, de mim...

Pelo silêncio que a ampulheta cobriu...

Saudades... Apenas, saudades...

O tempo não tem poder quando ela invade!

Observadora
Enviado por Observadora em 31/12/2012
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