Ney Mato grosso
 
 
 
Adriana Cancanhoto
 

MINHA SOLIDÃO LEVOU-ME A RECORDAÇÕES
 
A despir-me de quaisquer sentimentos
Retirar e ao vento o lamento e o chapéu
Ao triste som dos acordes o violão ao léu
Violei-me sem nenhum consentimentos
E tudo quase sem constrangimentos
Deflorei o que entendia pensamentos
Fiz do seu momento os meus momentos
E por que não dizer, talvez nosso momento.
Contigo sentia-me como se a conhecesse
Desde a tenra idade menina.
Era tanta felicidade que nem via o tempo passar
E a cada vez mais crescia a tal afinidade.
Agora perdão
Chega de xurumelas.
Sinta-se a vontade para tudo.
Eu dou-te este direito depois de tudo que fiz.
O que eu desejaria agora era um espelho
Que me permitisse olhar para trás.
Descortinado as janelas do passado
E mesmo sem saber nos vermos caminhando
Naquela mesma alameda do Colégio Brasil 
Onde em 1957 caminhou Roberto Carlos.
E ao meu lado sentou.
E assistiamos aulas do Professores Alburquerque,Osmar, Ari, Quaresma , Samuel , Vilma dentre outros.
O menino de Cachoeiro do Itaperimim
Que deixou pra trás o pico do Itabira.
E no portão junto a Alameda comprar
Quebra queixo, mariola, pipoca balas paçoca
E até mesmo cuscuz na carrocinha do Sr. João.
Depois pegar o bonde
Que nos levaria sei lá aonde.
Talvez para pertinho do Morro do Céu.
Com você ver uma matiné no cine São Jorge.
A DAMA E O VAGABUNDO, POR QUEM OS SINOS DOBRAM, REIS DOS REIS.
Brincar no Horto Florestal.
Dar bananas aos macacos
Tremer ao ver a jibóiia enroscada no galho da mangueira.
Apreciar o olhar de um felino.
Ouvir o canto do Siguiriri e da Siriema.
Depois de admirar teu cristalino,
Olhar para o céu,sem beijar teus lábios
Comprar uma garrafinha de mel.
Você largar a boneca
Eu chutar para longe a bola para jogarmos peteca.
A peteca caia no chão.
Você ainda doce criança para mim a sorrir
Daquele meu jeitão.
E eu na minha voz ainda de menino sorrindo dizia....
SUA SAPECA !
LEVADA DA BRECA.....
Um abraço no Alédio.

Rio das Ostras hoje.