Onipotência das Auroras
Um livro, uma dedicatória, nada mais.
Pequenos fragmentos de uma vida esquecida,
de uma quimera sonhada, sentida;
um surrealismo juvenil, nada demais.
Páginas e lágrimas fundidas, finais.
Sacrário de pensamentos sangrados
escondidos em porões da memória, velados,
por um acorde de violino, uma taça de vinho, jograis.
O vento depositou nos olhos a solidão
e no peito um ceticismo que teima em queimar
na confusão das horas.
A alma é deserta, mãos são calos, os olhos servidão.
O destino teima em ver eternamente duelar
A fé de um homem e a onipotência das auroras.