Glicínias
Tão bela numa tarde azul,
mais que as glicínias da varanda,
delicada como a lavanda
surgiu-me doce como um blues.
Quem me dera outra vez a moça
voltasse de repente um dia
por novos cachos de glicínia
ou pela minha cara tosca.
Hoje, ao ver o roxo das flores,
relembro a jovem com ternura
e finjo que ela então figura
na galeria dos meus amores.
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N. do A. – Na ilustração, Glicínias de Claude Monet (França, 1840-1926).