CANTA, CANTA, POBRE QUEBRADEIRA.

CANTA, CANTA, POBRE QUEBRADEIRA.

Eu queria ser tu sendo eu!

Ter a tua inocente alegria

E a minha parca consciência,

Queria ter a tua doce euforia

E a certeza de que não há motivo festivo.

Eu, que há muito tempo

Desde minha pobre infância

Presenciei essa ingênua cantoria

Desde que minha saudosa mãe

Fazia parte desse elenco simplório

Eu já observava com certa melancolia.

As operárias cantam uma maviosa música

Para espantar as agruras da vida

Num ambiente inóspito de faina bruta

Onde evaporam suores de seus corpos

Provocado pelo calor da castanha quente cozida.

O cansaço não as esmoreciam, tampouco as tolhiam

Repetindo-se a jornada todos os dias,

Jornada que iniciava antes de amanhecer o dia,

O canto ameniza a dor e volatiliza o sofrimento

O trabalho é digno, a vida é a arte do trabalho

Canta, canta, canta pobre operária!

Enfrentando tua repetida labuta

O trabalho é a vida e não há vitória sem luta.

Capanema, 04.30h do dia 12 de novembro de 2017.

SALENCAR

salencar
Enviado por salencar em 11/12/2017
Código do texto: T6196467
Classificação de conteúdo: seguro