Ao meu avô, com saudades

Foste tão rígido na inflexibilidade e no querer

E depois de tanta vida, tivestes que sofrer

A tal labuta que enfrentaste foi uma peleja

Que poucos puderam travar com tanta presteza.

Eis, pois, guerreiro raiz do caule mais grosso

E pelo ardor do prêmio tão custoso

Vencestes por anos o que a muitos em pouco sucumbiram

E foste carregado até o fim das forças.

Ao teu lado tua descendência lhe presta,

Com esperança, as grandes dádivas

Que Deus concedeu a tua família

Aqueles a quem amou.

E de boa sorte sofreste pelos erros passados

Sofrimento que trouxe os teus mais para perto

Os que de perto sempre te amaram

E que hoje o teu corpo velam

Tua força condiz com teu nome

Mesmo que o sobrenome seja "Medo-de-morrer"

E nos ensinou que a vida é feita de escolhas

Que todos iremos colher

Tua vontade feita de pedra

Mas do teu corpo saiu água

Foi um período longo este que sofreste

Uma vida longa que viveste

Me despeço como quem viu tudo de perto

Vi que a vida é frágil mas a vontade é forte

E que nem todos pagam depois da morte

Pagam durante a vida este lamento

Os que te conhecem dizem adeus

Os que te amam, até logo

Fique em paz, meu avô

Guarde nosso lugar aí no céu.

"Requiem aeternam dona eis, Domine,

Et lux perpetua luceat eis,"

Repouso eterno dá-lhes, Senhor,

Que a luz perpétua os ilumine.

Petrus Sanctae
Enviado por Petrus Sanctae em 16/03/2018
Reeditado em 16/03/2018
Código do texto: T6281517
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