AO VELHO PAI

O amor que me destes, pai

Eu guardo no fundo de um baú

Trancado a chaves,

Dentro do meu coração,

Invisível para todos.

Para o que o tempo

Não o destrua.

O amor que te dei também guardo!

Por que eu sei pai,

Que existe a lei do esquecimento

Este pó fino, imperceptível que o tempo produz

Para fechar as cicatrizes

Que esgarça as lembranças em nossas memorias

Sei que também existem, pai, os sentimentos

Este vento que sopra não sei de onde

Que redescobre os veios das feridas

Que existem em nossa alma, soterradas

E que o vento, sempre nos coloca na soleira do tempo

A sonhar com os vultos, daquilo que perdemos!

Por isso me incomoda pai, este pátio vazio,

Esta brisa gelada de agosto, que a tudo entristece!

Que nos faz lembrar, que hoje, é dia dos pais,

Por isso nunca gostei do mes de agosto.

Porque ele confirma que tua ausência será para sempre!

Que a morte tudo separa, tudo muda, tudo apequena.

Assim, nunca mais seremos os mesmos!

Nem nossa relação será próxima, nem plena

Haverá entre nós, este sentimento amortecido,

Fluindo de mim para você e ele não será de amor, que já senti,

Mas de dor, apenas!

Um beijo onde estiver!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 12/08/2018
Reeditado em 08/04/2021
Código do texto: T6416793
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