Sina de um cantador

I

O dia se foi, a noite vem chegando

A lua brilhando consola o sertão.

Os raios de prata já vão se abaixando

E a vida ficando cheia de paixão.

II

Vem um cantador das bandas da roça

Com uma carroça puxada por bois.

E o romantismo que já toma conta

Deixa a moça tonta bom tempo depois.

III

Escuto bons versos de amor e saudade

Sinto, na verdade, que a dor é geral:

Vem me machucando, ferindo por dentro

Arranca lamento, também me faz mal.

IV

Esse cantador arrancou do peito

O mais belo jeito de cantar o amor.

E eu peço chorando: "Amigo vá dizendo,

Que eu sigo sofrendo a terrível dor."

V

Vem um cantador das bandas da roça,

Em uma carroça puxada por bois.

E o romantismo que já toma conta,

Deixa a moça tonta bom tempo depois.

***

Campinas - SP, 03/3/1998.

Obs. Apesar da data, este poema nunca tinha sido publicado. Resolvi tirá-lo do "fundo do baú".

Jarrê
Enviado por Jarrê em 26/08/2018
Reeditado em 11/09/2018
Código do texto: T6430680
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