Recordo-me
Recordo-me dos meus anos
dos meus dias de glória
recordo-me de quando não havia preocupações
recordo-me de uma infância distante.
Há muito não sou mais criança
e recordo-me de quando não queria ser
recordo-me de todas as vezes
que em sonho me vi crescer.
Recordo-me das andanças
das criancisses
da arrogância desengonçada
das peripécias.
Recordo-me das discordâncias entre corpo e voz
entre ações e pensamentos
entre sanidade e insanidade
recordo-me de mim mesmo
de toda dualidade.
Recordo-me de todo trajeto
de todo tropeço
de cada vitoria
eu vivi, acredite!
portanto não chores na minha partida
e se na despedida eu ti deixar um sorriso
sorria de volta
é só o que peço.