Nesta manhã

Na manhã que desperta,

me pergunto o que foi feito de ti.

Por onde andas, se és feliz,

se lembras de mim em teus momentos de solidão.

Se te fiz falta, ou falta te faço,

Se em tuas alegrias cotidianas,

lembras que eu também era alegre,

e sorríamos juntos.

Me pergunto, para onde fostes,

depois daquela decisão intempestiva.

Se continuas com os mesmos hábitos,

as mesmas rotinas, as mesmas decisões.

Se estás contente com elas,

se nunca te arrependestes.

Nunca mais soube de ti,

não sei, se estás gordo ou magro,

(nem teu rosto eu lembro mais).

Se estás alegre ou triste,

só sei que estás vivo.

E, se vivo estás,

acredito que somente por isso, estejas feliz.

Ainda, me pergunto sobre as palavras vazias,

o engano de todos os nossos males.

Se algum dia parastes para pensar,

que o o equívoco não foi só meu.

Se te perdoastes por teus enganos,

tuas faltas e falhas.

Não sei dizer nada de ti,

nada mais sei sobre ti.

Sei de mim, do que fui,

de quem sou.

Nesta manhã, em que me pergunto por ti,

tomando meu café de todo dia,

(sem gosto amargo),

eu te diria que,

perdoei meus enganos,

minhas falhas.

Talvez, tivesse sido diferente,

se também tivesses conseguido perdoar.

Mas, não foi, não é, e nunca será.

Me pergunto ainda, se tens a alma leve,

se conseguistes perdoar-te,

se tens esse discernimento de saber,

que não és o centro do mundo.

E, que para ser leve,

é necessário perdoar,

não por ninguém, mas por ti.

Nesta manhã que desperta,

tomo meu café de todos os dias.

Com a leveza de quem se perdoou,

sem esperar perdão de quem não sabe perdoar.

Nada sei de ti,

e nada quero saber.

Sei de mim,

desse ser que hoje me habita.

E, esse ser,

nunca foi uma mentira.

Por ele, por mim,

tomo meu café,

sentindo-me, leve.