Simplicidade

O canto do galo precedia a cada amanhecer

Adentrando aos ouvidos, espantando o sono.

Nos quintais, os despertadores anunciavam as horas,

Batiam as asas e soltavam o canto.

O sol erigia se sobre as casas e com seu brilho inerente

Mostrava-se pelas as frestas do telhado

Salpicando com esmero!

As paredes desbotadas.

A chaleira que jazia sobre a lenha no fogão

Soltava alguns fios de fumaça

Que desprendiam-se serpenteavam

E subiam ao céu em seu gracioso balé.

O café passeava sob o nariz

Exalava o seu perfume por toda a casa.

E enquanto a xicara nos convidava aos seus beijos

O olhos passeavam sobre a serra

Deitavam-se sobre um colchão de folhas e flores.

Muda-se o fogão, mas o fogo continua

A lenha do tempo presente, ora esquenta

A velha chaleira de outrora.

O café ainda passeia sob o nariz nos novos dias.

Já faz algum tempo que não ouço os quintais.

Avultam-me as lembranças das velhas manhas.

Costuro os meus sapatos com a linha do horizonte

Deixo -me levar pelos os sons desse mar,

Que trazem aos meus olhos

Um belo colchão de flores e folhas

E sobre a mesa,

Uma xicara borda de beijos!

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 04/12/2018
Código do texto: T6519158
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