MINHA ETERNA GRATIDÃO
Por: Josenilson Leite Poeta de Garanhuns

Minha terra, meu Nordeste
Minha saudade, cabra da peste
Meu Pernambuco, meu sertão
Minha Garanhuns,  meu coração.

Minha Cidade, minha paixão
Minha Vila do Quartel
Meu pedacinho de chão
Minha Escola Duque de Caxias
Meus Mestres na educação
Meus queridos amigos
Meus amados irmãos.

Minha amada mãezinha
Ao meu pai, o perdão
A saudade me maltrata
Cortando meu coração.

Esse velho peregrino
Agradece sempre a Deus
Por tudo que tem me dado
Com muito esforço e trabalho
E com a ajuda dos meus.

Cortei cana, rapei cana
Vendi bolo, e salgado
Tinha Deia, tinha Buze
Tinha Zom, tinha Ricardo
Tinha Terinha, tinha Renata
Tia Aparecida e meus amados.

Minha mãezinha Eunice
Minha irmãzinha Jó
Meus irmãos Nilton e Zeca
Foi muita luta e suor.

Lá na Vila do Quartel
Nós vendemos picolés
Na cantina do Setenta e Um
Bolos, caldo de cana
E saborosos pastéis.

Na madrugada acordava
Da cama já levantava
E na garagem passava
O caldo daquele dia.
 


Terminava às sete horas
Nas bolsas acomodava
Os bolos, o caldo de cana
E os pastéis que levava.

Numa intensa correria
Andava um pouco e parava
O peso não suportava
A nossa mão já doía.

Aquela bolsa pesava
Mas a gente trabalhava
Suava... E se divertia.

Tinha um calinho aqui
Outro calinho acolá
Mas depois se preparava
O nosso banho tomava
Ia pra escola estudar.

Hoje todos são crescidos
Nada tenho de arrependido
Pra vencer... Tem que batalhar.

Tudo ficou no passado
Meus olhos estão inchados
De tanto lacrimejar.

Agradeço ao meu povo
A todos pela ajuda
Peço a Deus, Senhor! Me escuta!
Dar ao meu povo a vitória
Que eles só tenham glórias
E forças para lutar.

Abençoa minha família
Meus amigos e meus Mestres
Todos bons cabras da peste
Que saudade e emoção
Sou poeta nordestino
Que saiu de lá menino
Em busca de um destino
E que a todos agradece
Para eles, minhas preces
Minha eterna gratidão.