Rumo às águas

Ah! Quando o dia amanhece

sob um azul forte, neste céu

é nas águas do rio corrente

que'acalma o vazio, sob véu

(e a poesia se faz presente):

a dor se esvai qual fumaça

A saudade aperta, inclemente

o corpo (que não mais abraça)

- qual ferro, em brasa quente...

Passa na tela um filme bom:

vida em pura completude

- mesmo que tão fulgaz -

mas com tamanha inquietude

que cabe à memória, arteira,

saudade do que não volta mais

a sorrir pra mim toda faceira

(São fatos, singrados da vida)

a formar mosaicos navegantes

d'uma paixão pura - incontida.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 26/03/2019
Código do texto: T6607622
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