É dessa forma que as coisas se apresentam ou como não conseguir trabalhar
Movimentam-se
Do recorte da janela do ônibus
Observo-os
e o silêncio toca a trilha sonora do cotidiano
No trabalho, banalidades nos intervalos entre as reuniões
Meu corpo pede o seu
Com premência
Tento distraí-lo com e-mails e planilhas
Mas ele se impõe
Cobrando a ausência dos seus abraços
E da sua boca na minha
Inquieta, reviro-me na cadeira
Dores me tomam
Tudo lajeta e pede
De novo olho e prometo que não o farei novamente
Para repeti-lo no segundo seguinte
Incoerentemente
Todos os planos caíram por terra
Enquanto queimo
Olhos pregados na tela do computador
Dedos céleres
Pensamento compulsivamente fixado em nós dois