Uma noite
Uma noite para se confundir
Jurar o amor e se redimir
Um tempo para pensar
Em anos que passam
E em tempos que voam
E assim, tudo irá mudar
Uma noite para existir
Sentir-se vivo e apenar cair
Para sermos nós e se iludir
Num momento pleno, sem distinguir
E fez-se assim, o que não pôde ir
Aquele, o incerto, jaz o pensar daqui
Apenas um pobre que irá mudar
Sim, terá a plena certeza do seu fim
Uma noite para unir
Almas sem mesmo existir
Em segundos rasos, largos
Tão complexos em ti, há de distrair
Um momento expresso, reto
Retilíneo em forma, tão quieto
Um tempo para refletir
Uma noite para encostar
Peles e lábios, circo do luar
Uma calma em êxtase, tensa
Um alívio pleno, sereno
O expurgar da dor e o vazio
Num expresso rápido e conciso
Tão certo quanto o olhar
Uma noite para exaltar
Fria ou quente, tampouco importará
Temos a nós, temo-nos de frente
Ao que fomos, ao que fizeste
E entre afagos e carícias, enfim
Podemos sim, sempre prosseguir