Amar teu pranto

Esquecida de se anunciar a madrugada chega sem a lua

e as estrelas zombam do meu pranto inocente

e as lágrimas continuam verdadeiras,

mas ainda assim, mentem.

Ardem os sentimentos.

Alguém me obriga a viver,

os pensamentos se dividem,

não me sinto livre...estou triste,

sem saber o porquê do mal que me existe.

A vida tem dessas coisas:

maltrata e julga a gente

como famintos pecadores inocentes,

lesmas corredoras das fortunas dos prazeres.

Parece que o destino não é meu

e o amor sufoca meus prantos,

que melhor do que amar,

parece-me ser esconder o pranto.

Defendo-me de tudo

Sei eu sofro, sei que amo.

sei que tudo passa enquanto canto,

mas que outra canção fugiu para bem longe.

Percebo o coração sorrindo,

destoando da face triste...

é quando sei que um grande amor ainda existe

e se esforça a alimentar meu pranto.

Paulino Vergetti

Poema inédito (14/06/2020)