De uma inocente nascente apelidada de Olho d’Água
Quem não gostaria –e disso eu até duvidaria,
de ter a liberdade e felicidade de um rio,
correndo pelos vales e pradarias,
sobre pedras, cascalhos e diversidades,
passando por cidades e grutas ocultas,
nesse lindo, enorme e maravilhoso
jardim que o nosso amado Pai criou
e deixou para que morássemos ou passeássemos,
cada um com a sua intenção
e vocação
e só nos pediu em troca somente
a nossa devoção,
nos aconselhando,
a nunca andarmos sós,
pois até no paraíso existem perigos.
Mas também nos deu o direito de opção.
Rios cheios de magias e crenças,
com entidades que simbolizam a natureza,
com a propriedade da Mãe d’Água, do Caboclinho dos Rios,
das Carrancas, em proteção aos pescadores
e ribeirinhos,
da proa das embarcações,
como numa suave canção nativa.
-Águas vivas! Água é vida!!!
...E mil vivas ao Criador
de tão maravilhosas maravilhas,
numa redundância intencional
e provocada,
até quando sua fúria é explorada,
se aprisionam suas águas
ou assim tentam,
testando a sua santa paciência,
com barragens e barreiras,
na intenção de que a sua enorme ira,
gere a energia que nos impulsionará
e a luz que nos clareará.
Ação e reação!
...E como é incrível as águas despencando
com todo furor, lá das alturas,
em magníficas quedas d’água
ou nessas maravilhosas cachoeiras artificiais.
E até nas enchentes,
onde supostamente prejudicam tanta gente,
por insistirem em não reconhecer,
que muito antes de chegarmos,
ele já estava ali
e que os verdadeiros invasores,
somos nós,
com nossas empreiteiras, serradeiras, betoneiras
e afins.
Chuvas torrenciais, temporais,
são fenômenos naturais,
independentes as nossas vontades
e tolas vaidades
e até os oceanos colaboram,
agradecidos e embevecidos,
por esse importante ciclo na/da vida.
É a missão sendo cumprida!
Iemanjá, Netuno
e o mar na escuridão das noites,
é simplesmente encantador...e assustador,
pois o que está oculto, nos apavora.
E é também obra do Senhor!
Pedro foi pescador
e Jesus também foi batizado num rio.
Também fui batizado nas águas de um rio,
direta ou indiretamente,
pois é ele a fonte que nos sustenta
e nos alimenta.
Minha cidade brotou as margens de um rio,
por onde passam também as linhas dos trens,
vindos das minas.
Ô trem bão, sô, menina!
“Rio doce/nas suas margens/
eu brinquei quando criança/
e ainda lembro das suas águas/
levando barcos e esperanças/
tempo de bola na praia/
tempo de tanto banho e sol/
tempo de tarrafa e peneira/
tempo de/vara e anzol”.
Quando se é criança,
não se quer descansar,
para assim aproveitar,
ao máximo a luz do dia...
...intensamente,
mas quando a gente cresce
e envelhece,
queremos aproveitar o melhor da vida,
pois afinal o que é a vida,
senão a soma dos nossos dias?
Quando então substituímos a ousadia pela sabedoria!
Perdão,
mas a minha fé é direcionada a DEUS,
que não pregou nenhuma religião!
“...Amai-vos uns aos outros...”
foi a lição que aprendi.