Intrínseco

Aos teus olhos

Sou um mar revolto

Em permanente tempestade:

Aguaceiros aos molhos;

Chuva de aguda atrocidade;

Sofrimento solto

Preso à fria realidade...

Realizo o mundo meu

Que tal como o teu

É subjectivo e real;

Resgato um passado

Irritado e magoado

Que sobreviveu

Apesar de não ter sido idealizado.

Mas... se ao invés

De correr no sentido

Dos ponteiros do relógio,

O tempo se voltasse ao revés

E eu tivesse caído,

Erguer-me-ia em meus pés;

Seria uma bússola que de les a les

Indica um caminho reconstruído...

Um cimento mesclado

Por mãos calejadas...

Assim defino o meu passado

Não que o tenha enterrado!

Apenas revejo memórias flageladas;

Acções não concretizadas

Que um dia,

Ai meu Deus

Quem diria...

Não direi adeus

Sem adquirir a sintonia

Plena e decidida

De me presentear,

Com a dádiva que é a vida

Se a bem a soubermos levar!

artescrita
Enviado por artescrita em 23/11/2005
Código do texto: T75363