Memórias
Memórias
Parei no tempo
e olhei para trás,
meus versos,
minhas rimas,
as meninas
dos meus olhos...
Meu olhar
divagou devagar
no imenso mar
que naveguei
navego
e vou navegar.
Tantas vidas vivi
memórias que tive
sem tê-las.
Perdi-me nas horas
sem nem mesmo
percebê-las.
São muitas as imagens,
as mensagens,
os guias.
O passar dos anos
deu-se em dias.
Quantos anos?
Quantos planos?
Os panos
da vela de meu barco
fez-se arco
e atirou-me
a velejar.
Vivi a vida
vendo a vida passar.
Onde estou?
Em que ponto do universo
meu verso se fez?
Vivi a vida assim:
fingindo ser eu
assistido por mim.
Mauro Gouvêa
Ouro Fino, 1º de outubro de 2005