DESPERDÍCIO

Não sei se tenho currículo....

minha poesia é um desperdício.

Não sei a quantos agrada

ou se a tantos ela encara.

Parece mais ser o fruto

dos meus anos de esperança

transformados pelo tempo

em total desesperança.

Jogada sob os meus pés,

ao peso do meu furor

vingança lhe imponho ao invés.

Quando embriagado estou

ponho-lhe a culpa de tudo,

que a minha vida amargou..

de viver neste país

cada vez mais sonhador

olhando para o futuro

surreal especulador,

em que a poupança é o ar puro,

o estelionato, o pudor;

a incompetência, o senhor,

a impunidade o grandor!.

A voz do aproveitador

não dá vez ao lutador;

o magnata do povo

é sem dúvida o sedutor;

vivendo às custas dos ais

do popular sofredor

que deságuam nos anais

do pranto da minha dor.

Zecar
Enviado por Zecar em 02/05/2005
Código do texto: T14321