Nem Encanto Nem Magia
 
 
Vejo-me só
no limiar de minha existência.
 
Sinto dor dentro mim
percorrendo
o sangue de minhas veias
a caminho do meu fim.
 
Estradas da piedade,
meus elétrons que se explodem
e meus átomos que reagem
na experiência da minha enferma idade.
 
Meu corpo não se apetece,
quanto mais adoece
mais escreve
nos penhascos das almas.
 
Minha alma não tem moral
transpassa as esquinas da noite,
atemporal.
Inda que me faça mal
a escrever silenciosas dores.
 
Conheço o universo pelo que ele é,
imaginação, espectro e muitas cores.
 
Meu coração vai sentindo pena
e levando a vida.
  
Não me falta o essencial:
O desejo indecifrável
de ser feliz,
e morrer, no final.
 
Wildon
01/05/2010