O Demasiado Nada

O espelho reflete solidão

Uma imagem vazia, repleta de sombra e desolação

Mundos não-existenciais, moldados no vácuo

Ilusão e putrefação, apenas parte do caminho

O silencioso moribundo caminha pelas estreitas saliências

Buracos em sua alma, chagas na moralidade imbecil

Comprometeu-se com a eternidade e abraçou a morte

Gritou hexâmetros, caçou diagramas... Morreu ainda em vida

Ainda menino, homem se tornou

Ainda inocente, pecou e pecou

Cada sussurro da noite o abraçava

Cada curva de todo corpo... Febril, ele se alimentou

Ele as viu tocar as estrelas, enquanto eram apenas parte dele também

E enquanto o universo era esse novo mundo, permeado de gozo e bestialidade

Cada célula sua era macrocosmos e imensidão

Ainda era noite, ainda era lindo, e os viajantes do passado dançavam no firmamento

A canção rasgava seu peito, mas fazia dele um deus

O mundo poderia ser recriado, triunfante o hierofonte levantou

Banhado nas riquezas dos estranhos-do-alto

Menino-estrela, caminhou pelo deserto ouvindo o tempo

E, de tempo em tempo, tempo não havia

Apenas esses olhos que viram o nada, que viram o que antecedeu o início

Sangue, sangue! Tiamat pediu a ele

Faça-se o novo, Faça-se a vida!

Tomverter
Enviado por Tomverter em 28/07/2012
Reeditado em 28/07/2012
Código do texto: T3801761
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