O QUE ME COBRE SÃO BESTEIRAS

Quando me abater a alcunha

Soldando em minh’alma o “rip”

Soltarei berros de escumadeira

Restos de atiradeira

Rumos de escultura.

Estarei em ninhos de passarinho

Meio terno, meio mesquinho

A me retomar de mansinho

Hora vaga, vaza pouco

Nas ondas, no oco.

Assim, sorverei o sorvete de prata

A mala da alma em prol da lua

Que sua, que soa, que rima

E nos hinos, rua

Moleque faceiro, cosendo o mundo inteiro.

Nas margens do silo

Todos os nós me comem por ligeiro

Nas dádivas do manancial

Em cânceres e tal

Legado da vida

Inchaço do mal.

Sou primo em estar no sal

Só rimo sem lesar a nau

Não cismo por afeto legal

Gosto...

Gozo...

Sofro por tudo que é cal.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 22/06/2007
Reeditado em 23/04/2008
Código do texto: T537289
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