NUVENS DE PEDRA

Nesta noite nebulástica

sobre um cavalo

o tempo solapará.

Trombetas em silêncio soarão

estrondosas sonatas madrugais.

Gemidos em decibéis insuportáveis

transposicionar-se-ão nas

amarguradas almas.

Em alaridos, as superstições

comandarão o transe

no céus do palato mole de um.

O medo não pagará o dízimo,

com mãos em figas, dar-se-ão

carícias de quimeras.

O azul celeste cinzará-se-á

em câmara lenta,

e as nuvens de pedra

cairão em nossas consciências,

cobrando alto cada vintém.

Palmares, 14/07/18

RESPEITE-SE OS DIREITOS AUTORAIS: LEI Nº 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

Tony Antunes
Enviado por Tony Antunes em 14/07/2018
Reeditado em 07/01/2023
Código do texto: T6389917
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