DIACRONIA

Aqui escrevo offlife.

A incompletude me incomoda. A sensação de tudo aquilo que não finaliza, não encerra.

Não há meio termo entre um extremo e outro. Há o início e o fim. O meio é tortuoso.

Existe como ponte. Apenas. Antes sim ou não do que talvez. Antes fechado do que aberto.

Mas não há ordem.

Entropia.

Caos.

Não existe medida que defina o meio. Ele se confunde com a chegada e a partida num movimento espiral invertido.

Os eventos se formam sem razão de ser antes e depois do que deveriam.

A vida é um roteiro esquizofrênico. Diacrônico. Prefiro quando finda.

Mas, se Aristóteles está certo e a virtude está no meio... Se ela (a virtude – que é o meio) nomeia o equilíbrio e é o molde do bem e do digno...

Se a beleza é o caminho não o início ou fim... Se o desfecho nulifica o encanto da estrada...

Concluo que a beleza é superestimada. Gosto mesmo quando as coisas ficam feias.

14.03.2018

Alexander Barbosa
Enviado por Alexander Barbosa em 05/09/2019
Código do texto: T6738270
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