Quando Atlas Fraqueja
Atlas, ó Atlas.
Tu és a grande base.
Fundação de nossa Terra.
Tua força nos inspira.
Dá-nos segurança.
Mas Atlas, ó Atlas.
Um dia já foste perguntado,
qual o limite de tua resistência?
Ainda que com músculos cósmicos,
Tua fibra é finita.
E se esvairá como pó.
Atlas, grande Atlas.
Ó poderoso guardião.
Protege-nos da queda.
Segura-nos em teus braços
Aguenta o peso da existência,
de todos nós, homens.
Mas Atlas, grande Atlas.
Quanto pesa o teu ser?
E quão grande pode ser a tua queda?
Se um dia fraquejar,
Que será de nós?
E o que será de ti?
Atlas, pobre Atlas.
Toda a nossa dor é tua.
E em ti está a nossa esperança.
Por que então ainda nos sustenta?
Se de nada valerá,
Quando soarem as trombetas?
Portanto, Atlas, condenado Atlas.
Tens meu voto, se é que vale,
Para uma vez sequer,
Deixar-se levar.
E em um ato de egoísmo.
Afundar-nos no universo.