Su tela (pt.1)

Resolvi atirar meu corpo da janela

Quando a existência precipitou na tela.

Tentei pintá-la... ainda inacabada,

Já que no hoje o 'eu' de ontem a roubara.

E com folga o pincel passeia entre ciscos e rabiscos.

Executa semibreves tic tac's.

Num beijo molhado, passeia pelo algodão parindo chuviscos

E sob leves gotículas emerge traços — com o batom perfaz.

Lá fora o amarelo escorre,

Mero caso, o bafo tropical delineia oceanos nos edifícios

O amarelo escorre... atrás do alaranjado o azul corre

Esmaltado em alomorfia e um panorama deságua num infinito sulfite

No ontem o 'eu' de antes dos ontens

Rabiscara por cantos cotidianos

Alguns chuviscos de homens...

Parecia natal!

Esqueci até o sabor de uma xícara de café

De tanto rascunhar prazeres apagados.

O café esfriou,

O 'eu' dos ontens não mais voltou.

Joinster
Enviado por Joinster em 22/10/2020
Reeditado em 05/12/2020
Código do texto: T7093527
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