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SURTO

Acordo no meio da noite
sob as patas de um cavalo branco
relinchando ao pulsar do meu coração.

Oh doce machucar do peito
que infla as asas do corcel fugidio
para ganhar o céu estrelado!

Oh ingenuidade noturna
que alimenta sonhos impossíveis
no olhar estético da infinitude!

Chego à sacada, olho para baixo
e vejo gotas do meu sangue
se esvaindo no chão do jardim

Não sem antes fazerem vermelhas
as pétalas róseas da frágil roseira
que ali está, mas não sai de mim.

Cyro Mascarenhas