BOCA DO INFERNO

A boca grande da noite engole os ercarros de sangue das almas decadentes no inferno do aço e concreto.

Aliviadas, flutuam sobre o mar de tristeza num barco sem capitão, sem tripulação.

O vento é, ao mesmo tempo, morte e salvação para os passageiros de Caronte, o barqueiro do inferno.

Tal qual Dante, guiados pelo poeta, são pelos caminhos tenebrosos dos ciclos do inferno até a porta do paraíso onde não sabem se estão vivas ou mortas.

elson araujo
Enviado por elson araujo em 17/09/2021
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