SONHO E MERGULHO

Caí, despenquei

num salto ao profundo

da profana profundeza de mim

sem uso de bóia salva-minha-vida

ou vento nos pulmões,

que me fizessem velejar

sem ar, nesse mar de meus devaneios

e seios, confusos barlaventos.

Tartaruga menino

de juízos sob casco que sou!

Em minha ânsia de morrer

pra desvendar se o viver em que vivo

é o mesmo mar em que adormeço,

esqueci da touca pra mergulho.

Penetrei de cabeça no cimento do sono.

Com pesados-elos saltei da cama.

Na maré da tarde

lá vou eu, salto de novo

sem pijama, de havaiannas

(sou corajoso com elas).

Sou mergulhador de cochilo.

Me acordem se me afogar!

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André, um Jerico

www.ideiadejerico.com