Figura lúgubre
Quietinho
No meu cantinho
Me vem a inspiração
Da aorta ao coração
De observar a tudo me proponho
Penso em mim e no sonho
De me tornar mais humano
E cada dia menos insano
Dalí observei
Aquele sorrateiro, e olhei
Me olhou de soslaio e disfarçando
Ciente da falsidade, me desafiando
Figura lúgubre sem empatia
Tudo que falava sem sabedoria
Não suportou o peso da cruz
Porque as trevas não têm comunhão com a luz
(Paulo Eduardo)