o árido percurso do teu riso

no árido percurso do teu riso,

sarcástico, zombador e fútil,

repousa meu destino, preso

à lembrança daquele rastro

teu, o eco final, retumbante

ocaso, crepúsculo cinzento,

halado por um brilho morno,

tão pútrido, que mata o sonho

pelo mero odor da tua alma

nojenta, apta ao engodo, cruel,

mirabolando prantos, falseando

a beleza de um sol recém nascido,

deixando em mim a dor profunda

nascida no primeiro dos milhares

anos dessa maldita solidão!

Clóvis Luz da Silva
Enviado por Clóvis Luz da Silva em 19/12/2007
Código do texto: T784622